Afinal, o que é um professor letrado digitalmente?

Levando em consideração as postagens anteriores, já entendemos e aprofundamos o conceito de letramento digital, o papel do aluno no mundo letrado digitalmente, assim como as habilidades que ele precisa desenvolver. Porém, é necessário entender qual é o papel do professor neste cenário digital. Um professor letrado digitalmente é aquele que sabe desenvolver as suas habilidades tecnológicas de forma efetiva em todas as etapas da educação, desde a preparação de aulas até na transmissão de conhecimento para os alunos. Ademais, um professor letrado digitalmente é crítico, e usa as tecnologias para promover momentos de reflexão sobre os aspectos que envolvem o mundo digital. O papel do professor, então, é de preparar os seus alunos para saberem se comportar nos ambientes tecnológicos, com consciência acerca de privacidade, comunicação, ética digital, entre outros. Além disso, conforme as discussões feitas em sala e nas leituras sobre o tema, sabemos que estas habilidades tecnológicas são vindas de prática e experiência, e o professor sempre está aprimorando-as.

Baseando-se nesta ideia de aprimoramento, podemos discutir sobre o framework criado pela DigCompEdu, que desenvolveu algumas categorias para organizar as habilidades dos professores em relação a utilização. Estas habilidades são divididas em 6 categorias, sendo elas sobre: o uso de tecnologias nas interações; a criação e compartilhamento de recursos digitais pedagógicos; uso de tecnologias no ensino e aprendizagem; avaliação; estratégias centradas no aluno; facilitação das competências digitais dos estudantes.

Acerca destas categorias, a mesma organização definiu 6 níveis em que o professor pode se encontrar em relação a sua fluência com as habilidades descritas, sendo: recém-chegado; explorador; integrador; especialista; líder; pioneiro. Em cada um desses níveis, o framework descreve quais são as habilidades que o professor precisa dominar para se encaixar nesta categorização.

Considerando os descritivos, poderia dizer que me encontro em níveis distintos, dependendo da habilidade escolhida. Sobre o uso de recursos tecnológicos para educação, considero-me uma líder, já que posso dizer que consigo interagir e passar informações necessárias de acordo com o contexto em que me encontro, assim como sempre tento interagir e integrar com os meus colegas de profissão, afim de compartilhar experiencias e receber/dar feedbacks, assim como tento refletir sobre as minhas práticas e busco me especializar sobre as demandas que percebo. Já nas habilidades de compartilhamento e criação de materiais, considero-me especialista, pois tenho facilidade em compartilhar, mas ainda não possuo tanta bagagem para a elaboração de materiais, ficando na fase de adaptação.

Pensando nas habilidades referentes ao o uso de recursos digitais no ensino e na aprendizagem, considero que ainda estou no patamar de integrador, pois entendo as capacidades que podem ser aproveitadas, mas ainda fico na utilização mais simples das ferramentas para promover motivação, interação, ludicidade, etc. Já no campo da avaliação, não sei se poderia me considerar uma professora com habilidades tecnológicas, já que no meu contexto de atuação, as atividades avaliativas são feitas de maneira tradicional, com provas e atividades escritas, sem o uso de ferramentas digitais e todo o feedback é feito de forma presencial, sem auxílio de tecnologia. Sobre as estratégias centradas nos alunos e sobre a facilitação das competências digitais, sinto que sou especialista, já que prezo pela variedade de ferramentas durantes as aulas, com foco em atividades significativas mediadas por ferramentas digitais e na criação e uso crítico das tecnologias, mas que sabe que ainda pode melhorar.

Por fim, pensando neste aprimoramento, acredito que algumas ações que poderia integrar na minha prática seria um estudo mais avançado em como utilizar a tecnologia para avaliar os meus alunos, mesmo que meu contexto não faça o uso deste recurso, poderia me dedicar mais na exploração de recursos para que eu consiga produzir mais atividades autênticas que hajam diretamente na aprendizagem dos meus estudantes e que possam ser compartilhadas com outros colegas de profissão.