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Foto do escritorIzadora Damaceno

O cenário pós-pandêmico e as tecnologias educacionais


Iniciei minha vida docente em 2019, na mesma instituição em que fiz todo o meu curso de inglês, sendo assim, quando iniciei o curso de graduação em Letras Inglês na Universidade Estadual de Londrina, eu já estava inserida em um contexto escolar. Ter essa vivência da teoria e da prática lado a lado me possibilitou internalizar e compreender muitos conceitos que estava aprendendo no meu primeiro ano de faculdade. Até que a pandemia chegou.


A pandemia iniciou em 2020, juntamente com o meu segundo ano de graduação. Até então, eu estava acostumada apenas com aulas presenciais, com turmas numerosas e com apenas o livro didático como ferramenta de ensino. Na escola em que lecionava, as turmas tinham, em média, 15 alunos que usavam seus livros e cadernos e apenas utilizamos tecnologia para apresentar um slide, uma música ou um jogo de revisão e/ou fixação. A mesma coisa acontecia na faculdade. A minha turma era numerosa, com uma média de 40 alunos e, diferente do meu contexto de trabalho, os professores já usavam ferramentas tecnológicas de diferentes naturezas para auxiliar no nosso ensino.

Com o inicio da pandemia, percebi que agora estava inserida em um contexto totalmente novo para mim- o contexto remoto. Nunca havia experenciado nada assim, nem na vida acadêmica e nem na vida profissional... toda a tecnologia era novidade para mim. Lembro de como me senti perdida, com medo de não conseguir me adaptar e nem de utilizar as tecnologias remotas de maneira correta e eficiente, mas refletindo hoje, vejo como foi importante esse período na minha vida, em ambos âmbitos.

Como aluna, estive neste contexto por mais ou menos 2 anos, onde usei plataformas como o Google Classroom, Google Meet, Jamboard, Quizlet, Zoom, entre outras. Foi um momento muito rico pois consegui aprender a usar essas tecnologias e fui replicando nas minha vida profissional com as aulas online de língua inglesa que ministrava para os alunos da escola em que trabalhava. Porém, foi um momento que me trouxe muitas angústias.

Como professora, muitas vezes não me sentia confortável em estar na frente de uma câmera, onde todos os alunos optavam por desligar a câmera e me deixar falando sozinha, levando-me a questionar se eu realmente estava fazendo um bom trabalho. Foram meses me perguntando e reavaliando minhas escolhas de metodologias, até que decidi inserir novas tecnologias em aula, além de só usar o velho Powerpoint e vídeos aleatórios do YouTube. Eu sentia muita falta de interagir com os meus alunos, de ouvir suas dúvidas, suas angustias e até mesmo das brincadeiras que faziam durante os momentos de distração... tudo que eu queria era voltar para a minha rotina.

Hoje, após este momento, percebi que evolui muito neste período. Atualmente, consigo utilizar ferramentas tecnológicas com maior facilidade nas minhas aulas, trazendo para os alunos mais ludicidade, mais autonomia e mais possibilidades de usar o inglês no dia a dia. Busco constantemente estar me atualizando com as novidades que envolvem a educação e tecnologias, sempre as experimentando, entendendo-os e julgando em quais momentos eu poderia utilizá-las. Por outro lado, algo que ainda preciso evoluir é em escolher as ferramentas certas para cada atividade e cada etapa da aula, muitas vezes tenho medo de ser repetitivo e querer "inventar moda" e causar um sentimento de desmotivação, o que é o contrário do que busco com as minhas lições.

De maneira geral, a tecnologia na educação evoluiu muito durante a pandemia, possibilitando que alunos e professores se conectassem de diferentes lugares por um propósito, o de continuar com a vida escolar. Não se deve esquecer também a exclusão que este momento causou, já que muitas famílias não tinham acesso a aparelhos tecnológicos e muitos alunos eram analfabetos digitais, o que resultou em sentimentos de ansiedade e aflição durante este período. Por fim, o que devemos refletir atualmente é como utilizar a tecnologia de maneira a enriquecer o ensino e não como uma forma de padronizar a educação por meio de plataformas e atividades prontas que não respeitam o contexto de cada instituição de ensino. A tecnologia deve ser um aliado no processo educacional e não uma ferramenta que mantem os alunos e professores reféns de uma tela.









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2 Comments


Simone Volpe Nobile Zanutto
Simone Volpe Nobile Zanutto
Mar 15

Izadora, achei muito interessante sua perspectiva. Desafiador, mas, ao mesmo tempo, muito rico o que você vivenciou. Desafiador, por ter sentido na pele os efeitos da pandemia, como estudante da graduação que era, você também teve que se adaptar às aulas remotas, em frente a uma tela, o desconforto e receio que causava. Rico porque você soube exatamente, enquanto professora, o sentimento dos seus alunos e famílias ao novo, as dificuldades e medos, sendo mais tranquilo até mesmo reorganizar sua prática.

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Vania Santana Sales
Vania Santana Sales
Mar 14

Isadora, o interessante é que lendo as postagens sempre mencionamos a questão do distanciamento, principalmente, em relação às câmeras fechadas. Isso realmente nos causava insegurança enquanto professores.

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